sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Draw Your Dreams - Desenhando Sonhos

Minha primeira Exposição!!! Foi muito legal mostrar o trabalho para os amigos e trazer um pouco de arte à Terrinha.

Cor

Esculturas

Desenho de Criação

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Desenhos

O Artista e as Possibilidades da Arte

Introdução:

A decisão por um curso superior em Artes Visuais é feita em geral por certo vocacionamento, desejo ou gosto pelas formas de arte e expressão que dialogam com o coração humano através do olhar.

Feita essa escolha, oferecem-se dois grandes caminhos principais de ingresso no curso: Licenciatura - formar-se para ser professor (a) de artes. Ou Bacharelado: formar-se para produzir obras de arte.

Quanto a licenciatura há certa facilidade em ver uma maneira de inserção no mercado de trabalho. Quem a escolhe, caminha em direção às escolas, publicas ou privadas.

Já os bacharelandos, provavelmente entrem no curso com uma série de duvidas:

Que tipo de arte farei?

Qual será o meu discurso?A quem se destinará?

Conseguirei vender a arte que faço?

Quem determina quanto valerá minha arte?

Como consagrar-me como artista?

Não são esses porém os únicos caminhos, lecionar pra quem escolhe Licenciatura e tornar-se artista para quem escolhe Bacharelado em Desenho e Plástica.

Através da disciplina de Apreciação, orientados pelo Prof. Paulo Gomes tivemos a oportunidade de conhecer/ter contato com várias instâncias do universo das artes visuais. Foi-nos apresentado um sistema de artes muito mais complexo do que eu, pretensa artista, poderia imaginar. Com uma organização própria para legitimação e consagração do artista e suas obras.

Nesse sistema encontraremos várias áreas de trabalho que pedem de uma maneira ou outra os conhecimentos que se podem adquirir através da formação em Artes Visuais. Desde a produção das obras, distribuição, conservação, difusão de informações e promoção da cultura artística.

O Artista Visual

Coli (1994, p. 8), em seu livro “O que é Arte?” afirma ser difícil dizer o que é arte, por haverem muitos conceitos divergentes e até contraditórios elaborados por vários teóricos. Mas “[...] é possível dizer que arte são certas manifestações da atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo [...]”.

E agora tomo eu por conceito de Artes Visuais toda representação através de imagens que sendo postas para contemplação são capazes de despertar/ evocar sentimentos, sensações, fruição. Ou, como anteriormente expressei-me, “as formas de arte e expressão que dialogam com o coração humano através do olhar.”.

Passou-se o tempo em que Arte, era considerado somente aquilo que melhor imitasse a natureza. Em que a técnica de reproduzir idêntico ou aperfeiçoado estava em primazia. O momento atual pede do artista sensibilidade, expressão, e uma força espiritual em suas obras que eleve a mente do apreciador “acima do corriqueiro”.

A obra (o mesmo o fato de fazê-la) passa a ter um grande valor simbólico para seu criador. É uma extensão dele mesmo, de suas percepções, de como ele vê determinado tema. Algo novo e único, a combinação de experiências, o produto interno que se exterioriza.

E é diante de toda a subjetividade do mundo dos sentimentos e expressões, e do romantismo ideal dos discursos visuais que também encontra-se o profissional artista. Este quer, além de fazer sua arte e materializar seu mundo interior, vender sua obra, construir sua carreira e alcançar reconhecimento... Consagração no mundo das artes.


O Sistema de Artes - Instâncias de Legitimação

Que mundo é esse e quais são suas regras?

A impressão que temos olhando de fora, é que esse é realmente um universo a parte. Pois raramente se noticia nos meios de comunicação, comuns à maioria das pessoas, sobre arte, salvo quando algum quadro é vendido por um valor exorbitante ou um museu tem obras importantíssimas furtadas (Pelo menos no Brasil é o que se percebe.).

Como tais obras adquirem essa valorização?

Vamos começar pelo fim do processo - a consagração e aquisição por um museu – e digredir até a saída da obra do ateliê de seu criador.

Há várias maneiras de um museu adquirir uma obra de arte. Quando este aceita uma obra de alguém em sua coleção eleva-se a importância, e confere-se status ao objeto e a seu autor.

Algumas coleções pessoais são doadas a museus. Alguns museus compram obras de arte de artistas considerados importantes por seus curadores. Também há a aquisição através de salões, concursos e editais para o acervo de um museu entre outras mais raras.

Seja qual for a forma de chegada ao museu, para a consagração, a obra precisa passar pela crítica. Segundo Coli (1994) o discurso de um crítico ou de um historiador da arte implica em uma aceitação por ambos pelo objeto como arte. O discurso é juntamente com os lugares de exposição um mecanismo de legitimação.

Uma obra num museu gera discurso de um historiador. Uma obra em uma galeria famosa gera crítica, bem como quando vencedora ou mesmo participante de um salão, ou seja, quando exposta em locais e eventos importantes, como uma bienal, por exemplo.

As obras chegam às galerias através do curador que escolhe entre obras, entre artistas, entre colecionadores que estão vendendo suas coleções...

Às coleções geralmente através das galerias e marchands, e às vezes por encomendas/aquisições do próprio artista. Uma obra pode aumentar seu valor simbólico e pecuniário por pertencer à coleção de fulano.

Eventos como salões, exposições institucionais por edital e concursos são uma oportunidade de projeção pela visibilidade que proporcionam. A partir do momento que o artista e sua obra são vistos, serão também lembrados (com diz o ditado) e convidado a expor em locais de curadoria diferenciada (vemos aqui a curadoria como forma de seleção do que se vale a pena expor, legitimar, discursar...).

Chegamos ao gerenciador de carreira. Este pode ser o marchand que descobriu o artista (O marchand também cumpre o papel da galeria sendo que vende e também organiza exposições.), um serviço terceirizado, um parceiro com habilidades administrativas, ou o próprio artista. Que deve organizar um portfólio, saber falar do processo de criação, ir aos eventos certos, ter os contatos necessários, em fim, promover o artista e sua obra para que se possa entrar nesse grandioso sistema.

Arte, Cultura, Público e Consumo

Em alguns lugares, não há dúvidas de que esse sistema ou universo das artes visuais e plásticas esteja bem canalizado. Em outros, porém, é difícil de ser implantado. É costume atribuir a culpa em parte a falta de recuos e incentivos de instituições públicas e privadas, em parte ao mau costume dos públicos e falta de mobilização dos agentes culturais começando pelos artistas e indo às autoridades culturais.

Mas a grande verdade é que se precisa sair da inércia (essa foi uma das questões mais trabalhadas pelo professor Paulo Gomes, que muito me instigou). Pois se os públicos forem mobilizados pela própria comunidade artística em formação, que também não deixa de ser um público, os governantes e empresários voltarão suas atenções às questões enfatizadas por seus governados e possíveis clientes, melhorando, assim, condições de trabalho aos artistas e fruição ao público em geral.

Esse público bem diverso, que na maioria dos casos não paga para ter um objetivo artístico em sua casa, é quem sustenta, pela frequentação massiva e impostos o museu-instância máxima na hierarquia de legitimação - que por sua vez é quem dá mais visibilidade às artes fomentando seu consumo (refiro-me a compra direta) nas classes média e alta.

O que leva o público em geral a ir a museus, galerias, mostras e outros tipos de exposições e, geralmente a classe média e alta, compra arte, bem como todo o esforço para a apreciar adequadamente, além da necessidade que se cria de fruição, o valor simbólico de ”possuir” cultura, ter capacidades mentais para entender, discutir e apreciar a arte.

Otília B. F. Arantes em seu artigo “A “virada cultural” no Sistema das Artes”, fala do fenômeno capitalista em tornar a cultura um produto em que se investe pesado para que todos “comprem” e assim passem a necessitar de mais e mais coisas que por sua vez também serão compradas.

“[...]chegamos à situação paradoxal em que não só os grandes negócios parecem necessitar de iscas culturais, sob pena de não terem futuro, mas, mais ainda, para que ocorram, são obrigados a incorporar, do gerenciamento à divulgação de seus produtos, valores e modelos de funcionamento da cultura, mais especificamente, das artes[...] “. (ARANTES, 2005)

Ou seja, a arte em si torna-se um produto, a cultura ganha um eixo econômico e a economia gira em torno de questões culturais. Isso é evidenciado por Alexandre Melo (1994) quando trata as dimensões do sistema das artes, pois fala que além das instituições públicas ou privadas e dos colecionadores (que adquirem obras pelo valor simbólico) há um grupo que adquire arte como investimento, visto que as obras são passíveis de valorização ou/e, as vezes, desvalorização.São tratadas como ações da bolsa.

Obras consagradas são reservas de valor, obras conhecidas são investimentos e as novas são como especulação.

Inserção do egresso do curso de Artes Visuais no mercado de trabalho.

Em todo esse abrangente sistema de artes há muitas possibilidades de inserção profissional do aluno egresso que souber administrar sua carreira. Adquirir novos conhecimentos e manter uma visão atenta a aberta são requisitos básicos para o sucesso em qualquer ramo de atuação e na arte não seria diferente.

v Curadoria, Crítica, História da Arte, Museologia, Administração Cultural, Restauro de Obras, Elaboração de Projetos Culturais, Promoção de Eventos, Comercialização de Arte, entre muitas outras, são áreas em que a formação como Artista Visual proporcionaria uma base de conhecimentos perfeitamente útil e necessários para sua complementação.

v Investir na carreira acadêmica abre muitas portas. Aprender uma ou mais línguas estrangeiras; participar de grupos de pesquisa; aprender a dissertar e organizar informações; construir um bom currículo; saber estruturar um projeto, são fatores essenciais para conseguir ingressar no mestrado ou doutorado.

v Participar de exposições coletivas ou individuais; oferecer obras (ou pedir espaço) para exposição em caráter condicional, em lojas, cafés, bares, ou mesmo pagar pra que sejam oferecidas expostas adequadamente em locais apropriados sem seleção em forma curatorial, como é o caso da galeria (ou devo dizer loja de arte?) Especiarias, SM-RS. São formas fáceis e baratas e mostrar e vender as primeiras obras, ganhar confiança e experiência.

v Parcerias para ateliês bazares lojas galerias ou outros projetos mais ou menos ousados, tornam os processos mais fáceis e suaves do que individualmente.

v A participação em salões, concursos, exposições por edital em instituições, repito o que já foi dito, gera visibilidade a possíveis olheiros que poderão impulsionar a carreira artística.

v Por fim, cito a possibilidade de trabalho em qualquer atividade que envolva estética, desenho, criação, e imagem. Que com certeza serão desenvolvidos com propriedade por um aluno egresso do curso que aplique os conhecimentos adquiridos.

Conclusão:

As aulas, visitas, e reflexões feitas durante o semestre mostram um campo de atuação muitíssimo amplo, bem além das primeiras duas opções aparentes.

Independente da área escolhida durante ou após a formação em Artes Visuais – Desenho e Plástica na UFSM, o sucesso, após os primeiros passo de ingresso no mercado, dependerá além do trabalho bem feito, da habilidade nas relações pessoais e sociais na comunidade onde trabalhar pois invariavelmente, trabalhará com e para pessoas.

Bibliografia:

COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.

ARANTES, Otília. A “Virada Culltural” do Sistema das Artes. 2005. Diponível em: . Acesso em 2 dez. 2009.

MELLO, Alexandre. As três dimensões do sistema. O que é arte. Lisboa: Difusão Cultural, 1994.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails