domingo, 19 de dezembro de 2010

Visita à Pinacoteca de São Paulo

 Outra das nossas visitas culturais em São Paulo foi a Pinacoteca do estado de São Paulo. Haviam várias exposições que me causaram impressões diversas que vou relatar nesse post.
A sede da Pinacoteca fica no Parque da Luz, um lugar que creio que seria muito legal explorar com tempo. O que eu vi por lá já foi suficiente pra me fazer gostar muito de lá. Fica perto da bela Estação da Luz.


 O acervo da Pinacoteca me fez arrepiar. Gostei das esculturas em bronze logo na entrada. Pena que não pude fotografar todas as plaquinhas com os dados como nome na obra e do autor.


Escultura transparente, acrílico e ferro incorporada a arquitetura do local:

Instalação "Teoria" de Ignacio Aballi de Barcelona - Espanha. Essas cúpulas de vidro traziam informações sobre as cores que ali estavam em forma de pigmento ou pó (no caso do cinza). É simplesmente fascinante ficar ali olhando as vivas cores e sentindo emoções guardadas que afloram nesse contato visual com a intensidade do pigmento. As informações sobre a origem, os nomes, os significados apenas complementavam a experiência tão intima entre o olhar e a cor. Adorei!

 O Acervo traz grandes nomes. Estar frente a frente com aquelas obras é algo muito legal. É uma aula de pintura sem palavras. Cada um tem seu estilo, as pinceladas são uma expressão pessoal, a caligrafia de cada artista. Geralmente, as obras mais "realistas" não são as que tem cores emplastadinhas planificafas... Os claros saltam em volume, em massa. Vontade de tocar!!!

Esse quadro chama-se "Saudade" de Almeida Junior. Me impressionou. Grandiosa. De longe parece uma foto. De perto toda a expressividade da pincelada que eu comentei:


 Bananas e Metal: Pintura muito boa. Aplica-se massa (sim, massa com um consistente relevo!) branca nos reflexos.

 Pintura chama atenção pelo apelo social além do aspecto visual e técnico muito bem trabalhado.

 Me encontrei com meus conhecidos Bixos. Mas eles estavam numa redoma de vidro. Fiz o registro fotográfico, fiquei observando cada ângulo mas me frustrei por não poder interagir. Também na Pinacoteca visitei a exposição Desenhar no Espaço que tinha mais Bixos de Lygia Clark (Veja o artigo que escrevi sobre Lygia e os Bichos.), lá não tinha vidro em volta, mas a famosa frase da artista: "Entre você e ele [o Bixo] se estabelece uma integração total, existencial. Na relação que se estabelece entre você e o "Bixo" não há passividade, nem sua nem dele.". Mas quem disse que eu pude saber o que isso significa? Mas tudo bem! vamos entender os conservadores né!? Quem sabe uma réplica manuseável não seria uma boa...

Deparamo-nos com uma senhora obra do gaúcho Pedro Weingartne. Um tríptico maravilhoso. Ele foi o maior dos acadêmicos gaúchos, se não do Brasil. Tudo estudado e detalhado. Deve ter levado muuuito tempo fazendo uma dessas! Essa minha foto não dá mesmo noção do que é o trabalho dele.
Aliás, ver fotos de obras de arte pode te manter informado, pode te fazer gostar um pouco desse ou daquele artista... mas ver ao vivo é indescritível, te faz apaixonar.

Também vi a "exposição retrospectiva da fotógrafa Graciela Iturbide (México, 1942), com cerca de 80 imagens realizadas entre os anos 1960 até os dias de hoje em diversos países como México, Estados Unidos, Espanha, Índia e Itália. São imagens que retratam a fragilidade das tradições ancestrais e sua difícil subsistência; a interação entre natureza e cultura; a importância do rito no gesto cotidiano e a dimensão simbólica de paisagens e objetos encontrados a esmo ocupam um lugar central em sua trajetória. Autora de uma obra ampla, intensa e singular, Iturbide figura entre os grandes nomes da fotografia artística de inspiração social e cultural." (Parte do texto oficial da Pinacoteca). 


(Imagens da Internet.)


Desenhar no Espaço traz obras de artistas abstratos do Brasil e da Venezuela. Indicadíssimo pra quem puder (vai até 30 de Janeiro). Curti bastante o trabalho da artista Gego. Senti a verdadeira força em se apreciar frente a frente trabalhos antes vistos em fotos como as pinturas de Lygia e de Oiticica. Acho difícil meu trabalhos pender pro lado da abstração, mas aprendi a gostar disso. Cores, formas, composições... Tão independentes que não querem ficar presas a moldura. Projetam-se ao espaço, ganham o espaço, acontecem no espaço, misturando conceitos de pintura, desenho, escultura... Depois, quando fui ao MAM relacionei algo dessa exposição com a de Raymundo Colares. Desenhar no espaço não podia ser fotografada.

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